30/01/2009

Ali Babou e os Quarenta Lambeu

Até hoje o único significado para a palavra "babá" que conhecia era quando tomava alguma bronca do tipo: "Pedro, pára de babá!" Eh! Eh! É que tenho o péssimo hábito de ir juntando saliva na boca como se fosse camelo armazenando água para atravessar o deserto. Aí, se ninguém diz para eu engolir, ou eu babo ou me engasgo. Mas agora ganhei uma babá de verdade.

Ela começou ontem e vai ficar só comigo a tarde toda. Ela chega, me ajuda a fazer exercícios, a andar numas barras paralelas que foram instaladas no terraço do apartamento e depois me leva em minha cadeira de rodas tomar um sol lá no térreo. Tudo isso conversando o tempo todo comigo! Fiquei tão entusiasmado que acabei fazendo xixi no sofá...

Depois voltamos, e ela fica brincando comigo, conversando e inventando coisas para me distrair até chegar a hora do banho e do jantar. Estou super contente, porque antes ninguém tinha o tempo todo para me dar atenção. É que o pessoal em minha família ainda não perdeu o costume de estudar ou trabalhar. Ninguém ainda aprendeu a viver como eu, de papo pro ar!

Aliás era de papo pro ar que eu queria ficar quando cheguei neste novo lar aos quatro anos de idade. Depois de ficar meus primeiros anos deitado numa cama, ninguém conseguia me convencer a ficar em outra posição. Achavam até que minha coluna não era resistente para eu ficar sentado. Verdade, eu era meio mole, mas de molecagem.

Já contei que aprendi a usar minhas mãos e a segurar quando me deram um chocalho. Agarrava nele e ficava balançando o dia todo, para desespero de quem ainda não tinha ficado surdo aqui em casa. Mas foi assim que aprendi a segurar as coisas e depois seguraria a colher para comer ou meu ursinho para brincar. Sim, você está esperando eu explicar como aprendi a ficar sentado, né? Bom, fica para a próxima. Daqui a pouco chega minha babá e é bom eu esperar por ela. Sem babar.

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