06/02/2012

Ai, que calor!

Nas três últimas noites passei muito calor, apesar do ventilador ligado. Então tive uma ideia que me refrescou bastante e pude dormir tranquilo, mas meu pai não gostou nem um pouco e ainda levei bronca.


Você já dormiu de fraldão descartável? Pois é, eu durmo todas as noites com um da marca Bigfral. Não é o mesmo todas as noites, claro. É sempre um limpinho. Não ganho gorjeta da fábrica por divulgar a marca, é só porque das trocentas fraldas que já experimentei é a única que deixa o colchão seco. Mas no calor, experimente vestir um agasalho de baixo ventre com dois centímetros de celulose aprisionada em um invólucro de plástico. Não dá.

Então minha invenção nas últimas três noites foi simples e criativa: tirei a fralda. Isso mesmo, em algum momento da madrugada eu simplesmente baixei as calças com fralda e tudo e continuei dormindo, numa boa. Meu pai não gostou porque na primeira noite as Cataratas do Iguaçu acertaram o colchão. Tomei uma tremenda bronca.

Mas na segunda noite eu aperfeiçoei minha solução e mantive seco o colchão. Quando meu pai ouviu o alarme* já era tarde.
Deixe-me explicar: alarme é um copo de plástico descartável que meu pai coloca na porta de meu quarto com uma latinha barulhenta bem em cima. Como minha cama tem a altura do colchão, quando eu acordo vou direto para o banheiro engatinhando. A latinha cai e acorda meu pai (o que é raro, porque ele madruga) que corre para o banheiro me ajudar a sentar.
Então, eu estava dizendo que era tarde quando soou o alarme da latinha eu já tinha descido da cama e transformado o piso do quarto em um piscinão. Outra bronca do tamanho de minha urinada, mesmo tendo evitado molhar o colchão.

Na última noite eu aperfeiçoei ainda mais minha ideia. Saí da cama com as calças e fralda pelo joelho, disparei o alarme no caminho do banheiro e meu pai interceptou minha rota furioso. Outra bronca, antes de ele perceber que tudo estava seco: colchão, chão e Pedrão. Isso mesmo, eu segurei até chegar no vaso.

Não adiantou eu ter aperfeiçoado minha técnica. Na cabeça de meu pai, uma pessoa com deficiência que aprenda a fazer coisa errada vai adotar aquilo como procedimento padrão (eu bem que gostaria) e fica cada vez mais difícil de eliminar o vício. Então ele já prometeu que hoje à noite vai me vestir numa bermuda daquelas com um cordão de amarrar na cintura e aposta que não consigo desatar o nó.

Isso é uma injustiça, porque o dentista também obrigou meu pai a usar um protetor bucal de silicone para não detonar o que sobrou dos dentes enquanto dorme, mas no meio da noite ele (meu pai, não o dentista) sonha que não é cavalo e cospe o cabresto sem perceber. Se ele pode cuspir o protetor bucal, por que eu não posso tirar minha fralda?

Alguém aí poderia me ensinar a desatar nós?

3 comentários:

Anônimo disse...

Boa Pedrão, Deus seja contigo, paz a seu pai e a você pela parte do Senhor Jesus Cristo.

Ele saúda a nós.

sandra disse...

È isso ai Pedro vc tem toda razão ta muito calor e o teu pai no fundo entendeu

Eci Meira disse...

Hahaha! Muito show! Pedrão...Apaixonada por estas histórias.. Deus abençoe vocês sempre!!

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