08/07/2011

Pessoas que ajudam, pessoas que atrapalham

Você já deve ter ouvido falar de um montão de gente que ajuda portadores de deficiência. É, tem muita gente bacana por aí, que faz alguma coisa diretamente para alguém com necessidades especiais ou que já ajuda muito respeitando, visitando ou incentivando o progresso de garotos e garotas como eu.

wink


Mas será que já ouviu falar de pessoas que atrapalham o portador de necessidades especiais? Tá cheio! Quando alguém constrói uma calçada que possa causar acidente a um deficiente físico, quando se esquece de colocar uma rampa em um prédio público ou comercial, quando estaciona em vaga exclusiva para quem usa cadeira de rodas... Puxa! Há tantas maneiras de atrapalhar a vida de gente como eu que é melhor eu parar de escrever ou não vou parar mais.

Essas são as óbvias, mas existem outras menos óbvias. Hoje meu pai viu o site de uma menininha, a Luisa que também teve PC, Paralisia Cerebral. Mas sabe o que chamou mais atenção quando ele leu a história dela? O que a mamãe da Luisa diz sobre o dia em que ela nasceu. Leia você:

"Às 5h da manhã, do dia 18 de maio de 1993, acordei com a cabecinha da Luísa pressionando minha bacia e estourando a bolsa d’água. Sentia-me preparada para o momento mais importante da minha vida. Porém, ao chegar no hospital, tive uma frustrante recepção. A enfermeira que me atendeu já foi logo desdenhando da minha dor e me tratando como uma mulher fresca que ela teria que aturar ainda por algumas horas.

Diante dessa “calorosa” receptividade, meu estado emocional mudou imediatamente e fui tomada por uma grande insegurança. As dores aumentaram e a dilatação parou exatamente no momento em que eu chegara no hospital. Comecei a ficar estressada. Mais dores. Chegou um momento em que, entre uma contração e outra, eu “apagava” de cansaço e só acordava novamente quando a dor voltava. O parto teve que ser induzido e o trabalho que o meu corpo deveria fazer em horas, fez em apenas uma.

Fomos para a sala de parto e depois de mais dores e um grande esforço, Luísa nasceu. Ela não chorou e teve que ser reanimada. Mesmo assim, já nasceu linda. Durante a noite sofreu uma série de convulsões. Foi para a UTI. Voltei para casa sem Luísa nos meus braços. Sem poder amamentá-la. Isso doeu mais do que as dores do parto. Voltei para o hospital e fiquei de plantão. Depois de alguns dias, trouxe finalmente minha filha para casa, com o prognóstico de paralisia cerebral por falta de oxigenação no parto."

É claro que ninguém poderá culpar a enfermeira pelos problemas de Luisa, mas será que tudo teria sido diferente se ela tivesse agido com carinho, com consideração, com amor? Quem poderá dizer, né? Bem, mas há muitas Luisas nascendo por aí todos os dias, e o modo como você ajuda - antes, durante e depois do nascimento - pode fazer uma grande diferença. Você é dessas pessoas que ajudam ou atrapalham?


Compreendendo Seu Filho Deficiente
VALERIE SINASON

O livro mostra que as crianças deficientes têm vida emocional e personalidades tão interessantes como qualquer outra. A deficiência só cria uma complexidade extra que faz parte do indivíduo.

5 comentários:

Michelle disse...

Que linda essa estória, me arrepiei só de pensar.
Mas graças a Deus que a Luísa voltou bem para casa (=
Essas pessoa infelizmente tem em todo lugar, que te olham dos pés a cabeça, mas também existem aquelas que ajudam e são um anjo em nossa vida.

beijos

PERSEVERÂNÇA disse...

Um bom assunto para refletir neste fim de semana, podemos pensar da seguinte forma, poderia ser alguém da minha familia ou quem sabe até eu mesma.
Abraços para todos,

Anônimo disse...

Acho que a sensibilidade de cada um deve ser expressada com intensidade e amor ao próximo, principalmente quando uma mulher grávida estar em trabalho de parto. Que bom que existem pessoas racionais capazes de ter sentimentos!

Eci Meira disse...

Oi Pedro! ��. Fica com Deus!

Eci Meira disse...

Pedro! Postei sem terminar meu comentário! Na Verdade eu amei o final ☺, todavia, não gostei da postura da Enfermeira. Sabe? Eu também sou Enfermeira técnica, mas procuro passar segurança para meus pacientes, afinal antes de ser um paciente, são pessoas humanas ne? Na Verdade de for para eu prestar um atendimento de mas vontade, eu prefiro dar um tempo tirando umas férias.A grande maioria dos profissionais jogam a culpa na estresse quando agem de fé, mas ninguém tem culpa da estresse de ninguém ne? Ainda bem que acabou tudo bem! Um abraço!

Postagens populares