15/12/2011

O mundo sem ninguem. A casa da vovo' tambem.

Hoje meu pai saiu para fazer uma de suas raras caminhadas e descobriu que a cidade cresceu. Pelo menos foi a sensação dele, pois os lugares aonde ele costumava ir caminhando sem se cansar agora parecem estar bem mais longe.

Primeiro ele passou pelo cemitério para visitar o túmulo de meu avô e minha avó. Os restos mortais de meu avô estão ali desde janeiro de 1998 e os de minha avó desde fevereiro de 2005. Eles não estão ali, mas no céu com Jesus. Só o que sobrou do corpo deles é que ficou ali até o dia da ressurreição. Depois disso eles estarão como Jesus no céu: em espírito, alma e corpo.

Dali meu pai foi até o bairro onde morou a partir dos onze anos na bela casa que meu avô construiu com muito sacrifício. Eu e meus primos a chamamos até hoje de "casa da vovó". Fazia tempo que meu pai não passava caminhando em frente à casa e só agora conseguiu ver direitinho como ela ficou desde que foi vendida após a morte de minha avó.



Naquele tempo a casa do vovó era cheia de vida.
Meu pai não é do tipo que sente saudades de lugares, mas só das pessoas e dos momentos. Lugares físicos não representam nada porque são apenas esculturas de areia, como as que meu pai costumava fazer na praia e eram depois derretidas pelas ondas. Meu pai não pôde deixar de se lembrar da série "O mundo sem ninguém", que passa no History Channel.

Naquele documentário eles usam computação gráfica para mostrar como ficariam as coisas construídas pelo homem depois de anos, séculos e milênios, caso não tivessem manutenção. A casa de meus avós nem precisou de séculos para se deteriorar. A casa está se deteriorando rapidamente. O caminho de pedras que era tão bem conservado hoje parece o leito de um riacho. O mato levantou as pedras e a enxurrada carregou. Dá para ver capim crescendo no telhado. Logo as coisas vão começar a desmoronar sozinhas.



Mas a vida é assim mesmo. Os corpos que meus avós cuidavam com carinho hoje não passam de ossos e pó. A casa que construíram com tanto esforço segue o mesmo caminho. No documentário "O mundo sem ninguém" eles mostraram que as únicas coisas construídas pelo homem que não se deterioraram com o passar dos anos foram os equipamentos, jipes e módulos de aterrissagem deixados na Lua.

Então, se quiser que o fruto do seu trabalho permaneça, é melhor começar a mandar suas coisas para a Lua. Mas, pensando bem, ali ainda existe o risco de um meteoro detonar seus tesouros. Então aqui vai uma sugestão melhor: Envie tudo para o céu!
"Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração" Mateus 6:19-21.

4 comentários:

PERSEVERÂNÇA disse...

Querido Mário, passei para dizer que seus textos são sempre belos e nos faz viajar e imaginar em uma infância não muito distânte.
Super abraço
Nicinha

sandra disse...

Pedrinho tudo se modifica ao nosso redor e tambem dentro de nos

sandra disse...

Pedrinho, tudo se modifica dentro e ao nosso redor.

Eci Meira disse...

Muito bom Pedrão! Já assistir alguns capítulos no Hustory.Você é realmente uma pessoa eclética ne? Amei!!!! Ficam com Deus você é seu pai. Um ótimo domingo abençoado por Deus....

Postagens populares