Se você conhece minha história, não se impressione não. Existe muita gente como eu por aí, quero dizer, crianças que nasceram com algum defeito de fabricação e foram adotados por alguém. Quer ver? Então leia a matéria da Claudete de Oliveira no site Saci. Agora, para entender o título, você vai ter que ler aqui até o fim.
Lá tem alguns trechos muito legais que vou copiar aqui. Dizem que quando a gente copia um autor é plágio, mas quando copia muitos é pesquisa. Bem, até a frase eu copiei de alguém e acho que o Saci não vai se importar, já que a idéia é divulgar.
Lá fala do Benedito, de 83 anos e de sua esposa Maria Helena de 61 anos adotaram 6 filhos dos onze que têm. Eles contam de Any Caroline que chegou aos 2 anos com síndrome de espancamento. Seus pais biológicos batiam tanto nela que hoje, aos dez anos, não anda, fala com dificuldade e perdeu 95% da visão do olho direito. Já pensou, bater assim numa criança?!
"Quando chegou em casa, minha filha parecia um bichinho acuado. Se a gente encostava nela, tinha pavor", lembra a mãe. O que ela conta parece com o jeito que eu mesmo era quando cheguei em meu novo lar. Parecia um bichinho. Ficava deitado batendo uma mão na outra e a outra no queixo, assim, dando batidinhas como se fosse uma maquininha. Horas a fio.
Se alguém encostava a mão em mim eu dava um grito. Bem, mais parecia um guincho desses de gato bravo. Se a pessoa insistisse e me pegasse no colo, eu fazia uns "croc croc" estalando a língua no céu da boca e vomitava na pessoa. Será que aprendi a fazer assim para me defender? Nem eu sei e nem ninguém, porque minha nova família teve pouca informação de meu velho lar.
Bom, vou parar por aqui porque tem muitos casos de crianças portadoras de deficiências adotadas no artigo lá no Saci. Gozado o que um juiz falou: "A população do Brasil não é feita de Barbies, como pretendem os pretendentes à adoção em geral". Ele disse isso porque só em Curitiba há 468 pessoas em condições e querendo adotar uma criança e 296 crianças esperando porque ninguém quer adotá-las. São crianças sem condições.
Há dois tipos de adoção: adotar para si e adotar para ele ou ela. O primeiro é da pessoa que deseja ter um filho ou filha e procura por uma criança que preencha essa lacuna. É claro que alguém assim irá querer uma criança que se pareça consigo ou com a Barbie, porque quer ter uma filhinha bonitinha. Se for filhinho, quer um que se pareça com o Ken. Ninguém pergunta para a criança se achou o novo papai ou a nova mamãe parecidos com o Brad Pitt e a Angelina Jolie.
O outro tipo é o da pessoa que quer adotar porque existe uma criança que precisa ser adotada. Neste caso, é a necessidade de quem é adotado, não de quem adota, que fala mais forte. É claro que também neste caso existe o lado do ego de quem adota, já que isso pode servir de algum orgulho do tipo, "Ei, vejam todos, eu adotei uma criança feia ou deficiente!". Não sei se no meu caso foi assim. Deixa eu perguntar:
– Ô pai, essa história de me adotar também tem alguma coisa a ver com o seu ego?
– ...[silêncio]...
– Ué, parece que ele não quer responder...
Lá tem alguns trechos muito legais que vou copiar aqui. Dizem que quando a gente copia um autor é plágio, mas quando copia muitos é pesquisa. Bem, até a frase eu copiei de alguém e acho que o Saci não vai se importar, já que a idéia é divulgar.
Lá fala do Benedito, de 83 anos e de sua esposa Maria Helena de 61 anos adotaram 6 filhos dos onze que têm. Eles contam de Any Caroline que chegou aos 2 anos com síndrome de espancamento. Seus pais biológicos batiam tanto nela que hoje, aos dez anos, não anda, fala com dificuldade e perdeu 95% da visão do olho direito. Já pensou, bater assim numa criança?!
"Quando chegou em casa, minha filha parecia um bichinho acuado. Se a gente encostava nela, tinha pavor", lembra a mãe. O que ela conta parece com o jeito que eu mesmo era quando cheguei em meu novo lar. Parecia um bichinho. Ficava deitado batendo uma mão na outra e a outra no queixo, assim, dando batidinhas como se fosse uma maquininha. Horas a fio.
Se alguém encostava a mão em mim eu dava um grito. Bem, mais parecia um guincho desses de gato bravo. Se a pessoa insistisse e me pegasse no colo, eu fazia uns "croc croc" estalando a língua no céu da boca e vomitava na pessoa. Será que aprendi a fazer assim para me defender? Nem eu sei e nem ninguém, porque minha nova família teve pouca informação de meu velho lar.
Bom, vou parar por aqui porque tem muitos casos de crianças portadoras de deficiências adotadas no artigo lá no Saci. Gozado o que um juiz falou: "A população do Brasil não é feita de Barbies, como pretendem os pretendentes à adoção em geral". Ele disse isso porque só em Curitiba há 468 pessoas em condições e querendo adotar uma criança e 296 crianças esperando porque ninguém quer adotá-las. São crianças sem condições.
Há dois tipos de adoção: adotar para si e adotar para ele ou ela. O primeiro é da pessoa que deseja ter um filho ou filha e procura por uma criança que preencha essa lacuna. É claro que alguém assim irá querer uma criança que se pareça consigo ou com a Barbie, porque quer ter uma filhinha bonitinha. Se for filhinho, quer um que se pareça com o Ken. Ninguém pergunta para a criança se achou o novo papai ou a nova mamãe parecidos com o Brad Pitt e a Angelina Jolie.
O outro tipo é o da pessoa que quer adotar porque existe uma criança que precisa ser adotada. Neste caso, é a necessidade de quem é adotado, não de quem adota, que fala mais forte. É claro que também neste caso existe o lado do ego de quem adota, já que isso pode servir de algum orgulho do tipo, "Ei, vejam todos, eu adotei uma criança feia ou deficiente!". Não sei se no meu caso foi assim. Deixa eu perguntar:
– Ô pai, essa história de me adotar também tem alguma coisa a ver com o seu ego?
– ...[silêncio]...
– Ué, parece que ele não quer responder...
Caminhos do Coração: Pais e Filhos Adotivos, Os MARIA TEREZA MALDONADO Falar de adoção é um tema difícil e delicado, pois geralmente vem acompanhado de anos de tentativas, tratamentos e frustrações de casais impossibilitados de conceberem, gestarem e darem à luz. Escrito com a cabeça e o coração, este livro esclarece e analisa as apreensões e as expectativas comuns a todos os que estão envolvidos no processo de adoção.Lembre-se, a adoção põe fim ao tédio, ao vazio e à solidão. |
Um comentário:
Poxa Pedro,
As vezes você nos dá uma pancada no joelho, cotovelo, por aí...onde dói mesmo, dá choque...
Não tenho filhos adotivos, comecei a ler seu blog por admiração ao seu pai, ao evangelho em 3 minutos que mudou minha vida, mas me sinto tão bem visitando seus textos que leio sempre que possível.
A Bíblia, acho que Salomão, seu pai saberá direitinho o livro, nos fala que tudo é vaidade e de fato o nosso ego parece mover muitas ou até todas as nossas ações, mas Deus é misericordioso e conhece nossos defeitos melhor que nós mesmos, né. Que graça sem igual Jesus ter levado sobre si os nossos pecados, se não, o que seria de nós...
Enfim, seja como for, ainda que eleve o ego do seu pai e de outros pais e mães como ele, que se entregam a uma missão tão sublime de adotar alguém e cuidá-lo com amor, eles são admiráveis, são abençoados e que Deus dê longa vida, saúde e os sustente nesse papel.
Um abraço
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