19/05/2012

Censibilidade ou sensibilidade?

Já sei, você vai dizer que "censibilidade" não existe e que o correto é "sensibilidade", certo? Pois é, mas como você chamaria a capacidade de alguém que trabalha no censo, contando e pesquisando a população? Isso mesmo, aquele que censeia no censo ou recenseia no recenseamento? Então, se a palavra censibilidade não existe eu acabei de inventar. Porque tem gente que é censível demais, isto é, só se importa com números!

Mas as professoras desta escola da foto não são censíveis, isto é, preocupadas com o número de alunos da escola, mas são muito sensíveis, isto é, preocupadas com os sentimentos dos alunos. Não é a quantidade, mas a qualidade e os sentimentos que são importantes para elas. E veja que foto linda, que tem tudo a ver com outra que publiquei quando escrevi outro dia neste link, quando mostrei duas fotos de estudantes, uma exclusiva e outra inclusiva.




Tudo bem, eu preciso explicar ou você não vai entender a foto acima. A segunda menininha, da esquerda para a direita na primeira fila, sofreu um acidente de carro e foi levada em estado gravíssimo para o hospital, para uma cirurgia do cérebro com urgência. Ninguém acreditava na sua sobrevivência, e muito menos em uma recuperação sem sequelas, tamanho o dano causado.

Quando o caso foi publicado no Facebook um montão de gente passou a orar por ela e Deus certamente escutou e guiou as mãos dos médicos. Depois de alguns dias ela saiu do hospital e pouco a pouco voltou à vida normal. Mas, para voltar à escola havia um problema: para operar seu cérebro os médicos precisaram rapar sua cabeça e ela não iria querer que as outras crianças ficassem olhando para sua cabeça, onde ainda ficou a marca da cirurgia, que depois será coberta pelo cabelo.

Então as professoras, às quais falta censibilidade mas sobra sensibilidade, pediram às outras crianças para virem às aulas usando bonés, gorros, boinas ou toucas. Aí a menininha ficou igualzinha às outras crianças, todas elas fazendo pose para a foto que a professora tirou. Se isto não for educação inclusiva, então eu já não sei qual é o significado do termo!



2 comentários:

PERSEVERÂNÇA disse...

Amado, as pessoas ultimamente andam tão sem tempo que já não sentem mais a necessidade de ter sentimentos ou de sentir a sensibilidade dos outros.
O chamado primeiro Eu depois Eu e por fim Eu, não deixa mais que o amor ao próximo mostre que é muito mais prazeroso se dar do que receber.
Grande abraço fraternal, espero por vc no Perseverança.
Nicinha

Eci Meira disse...

Que interessante Pedro! Casa vez mais apaixonada por seus contos.

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