Puxa, como o tempo passa! A última vez que escrevi aqui foi a tanto tempo que já nem sei se tem alguém vindo aqui para ler. Você está aí? Então quero contar como andam as coisas por aqui. Lembra que eu ganhei uma babá?
Pois é, ela me mantém ocupado, mas fica comigo só na parte da tarde e à noite, quando meu pai ou meus irmãos precisam viajar. Quando ela chegou, meu pai levou minha poltrona, que ficava no escritório, bem ao lado da mesa dele, para o meu quarto. Assim eu posso ficar lá ouvindo música. Posso, mas nem sempre quero.
É que enquanto a babá não chega, eu quero mais é voltar para a poltrona ao lado de meu pai. Como ela não está mais lá, eu apareço no escritório engatinhando - é assim que me locomovo pelo apartamento - só para receber uma ordem de meu pai para voltar ao quarto ou ir para a sala. Adivinha se obedeço?
Eu quero mais é companhia, então meu pai desistiu de ficar me mandando embora e colocou outra poltrona igual bem no lugar da anterior, ao lado da mesa de trabalho. Ele coloca uma rádio de jazz via Internet com a caixa de som bem ao lado de meu ouvido e eu me delicio. Não quero outra vida. Só quando a babá chega é que vou fazer outras coisas e deixo meu pai em paz.
Na última semana meu pai viajou a semana inteirinha e não pude ficar ao lado dele e nem escrever nada neste blog, pois é ele quem escreve para mim. Fiquei com meus dois irmãos. Como minha irmã estuda em outra cidade e meu irmão idem, geralmente eles chegam à tarde ou à noite, então fico engatinhando pela casa toda, para desespero da dona Júlia, que cuida de tudo por aqui.
Agora meu pai já chegou e pudemos bater aquele papo. Quer dizer, só ele falou, né, e eu fiquei fazendo os Hum... Hum... que estou acostumado a fazer em meu próprio idioma. Isso mesmo, eu não sei falar, mas sei quando alguém conversa comigo e principalmente quando fala de mim. Aí eu fico todo manhoso. Ter alguns problemas até que me dá algumas vantagens, como ser paparicado.
10/11/2009
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