30/01/2010

Cegonhas na Amazonia

Você não vai acreditar! Sabe essas coincidências incríveis que só acontecem uma vez na vida. Pois é, foi o que aconteceu. Se você leu minha história neste blog desde o começo ou leu o livro que minha irmã escreveu deve ter lido sobre a Maria. Quem é Maria?
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Bem, Maria era a amiga de meus pais que me descobriu abandonado num barraco em uma favela numa cidade no interior de Goiás. Minha avó, que cuidava de mim, tinha morrido e minha mãe natural não estava lá muito em condições de cuidar. Quando Maria contou para meus pais adotivos (é, eu adotei eles! Ah! Ah!) da minha situação, esta minha nova história começou.

Meus novos pais moravam em São Paulo e deram uma procuração para Maria e seu esposo Jaime cuidarem de representá-los diante do juiz da cidade onde eu estava. Isso foi em 1986, há muito tempo. Meus pais mudaram algumas vezes desde então, e seus amigos Maria e Jaime também. Acabaram perdendo contato e nunca mais se encontraram.

Quando o livro de minha irmã, "Uma luta pela vida", foi publicado, meu pai tentou localizar Maria e Jaime de todas as maneiras, mas não conseguiu. Ele queria enviar um livro para eles, já que Maria era citada em suas páginas. Isso foi em 2003. Não deu, então meu pai esqueceu. Mas sem esquecê-los.

Acontece que meu pai é palestrante, entre outras coisas, e semana passada fez uma palestra em Macapá, no Amapá. Lá em cima do mapa, em plena Amazônia, onde o Brasil vai ficando cada vez mais bonito até acabar em Oiapoque. Os organizadores do evento distribuíram pela cidade outdoors com a foto e o nome de meu pai bem grandes e...

Isso mesmo! Maria e Jaime estavam passando por Macapá a caminho de Oiapoque quando viram aquela carona enorme de meu pai olhando e sorrindo para eles do outdoor. Eles não acreditavam no que viam. Naquela noite puderam se encontrar na palestra e matar as saudades. Agora o livro de minha irmã vai indo pelo correio para o endereço deles que foram como uma segunda cegonha para mim. Não se assuste, eu não acredito em cegonhas. Mas que foram, isso foram!



Laços de Ternura: Compreendendo os Pais Adotivos
Luiz Schettini Filho


A adoção de filhos traz em si extraordinárias gratificações pessoais, como também apresenta algumas dificuldades peculiares. Aqui, o autor completa o trabalho que começou em Compreendendo o filho adotivo (já na 3ª edição) e aborda o tema do ponto de vista dos pais adotivos.
Trata-se de uma análise simples e objetiva de aspectos subjetivos e, no mais das vezes, complexos, da decisão de adotar.


Luiz Schettini Filho dedica-se ao acompanhamento psicoterápico de pais e filhos, desenvolvendo estudos e pesquisas sobre a psicologia da criança e do adolescente, que resultaram na publicação de 12 livros.

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