01/07/2010

Mouse de olho

Pois é, gente. Inventaram um mouse diferente, para ser usado com o olho e especialmente indicado para portadores de tetraplegia e outras lesões que impedem os movimentos. Foi um brasileiro quem inventou o tal mouse para o olho.


Mouse é aquele negocinho que a gente mexe para clicar nas coisas na tela do computador. Em Portugal eles chamam de rato, mas brasileiro é mais chique e usa a versão inglesa. Pois é, o mouse para o olho é um dispositivo que identifica o movimento do globo ocular e das piscadas para criar o mesmo efeito da bolinha do mouse rolando e do clicar. Pode servir para usar o computador, mas logo vai servir para ligar a TV, acender as luzes ou virar a página de um livro.

Muita gente em todo o mundo já usa o olho para se comunicar – e não estou falando daquelas piscadas de paqueras não! Pessoas que perderam os movimentos acabam utilizando alguns métodos de comunicação envolvendo uma tabela com palavras ou com o alfabeto dividido em quadrantes. O acompanhante percebe para onde a pessoa olhou e assim pode identificar a letra ou palavra que ela quis dizer.

Livros inteiros já foram escritos assim, apenas com movimentos dos olhos ou de algum músculo do corpo que tenha ficado intacto. É o caso de Robert Horn, que viveu 14 anos com Esclerose Lateral Amiotrófica. A doença fez com que perdesse todos os movimentos do corpo, exceto dos olhos. Nesse período escreveu dois livros e mais de uma centena de artigos. Um de seus livros tem por título "How Will They Know If I'm Dead?", que significa "Como Eles Vão Saber se Morri?".

Ele descreveu assim seus sentimentos em seu outro livro "Who’s Right? Whose Right? Seeking Answers and Dignity in the Debate Over the Right to Die":

"Estou convencido de que o que sobrou em mim tem maior valor do que aquilo que perdi. Acredito que as coisas que posso fazer são mais importantes do que aquelas que não posso. A chave para meu bem-estar psicológico é manter o foco naquilo que posso fazer, em minhas habilidades, do que em minhas deficiências e limitações. Ocupar-se com estas é se enlamear de dor e auto-piedade. Às vezes isso é, para mim, inevitável e até necessário. Mas concentrar-me em minhas habilidades é fazer um convite ao otimismo, à realização e às novas oportunidades."

No mesmo texto Horn cita algo que leu de Charles Swindoll sobre atitude:

"Quanto mais eu vivo, mais entendo o impacto da atitude na vida. Para mim, atitude é mais importante do que fatos. É mais importante do que o passado, do que cultura, do que dinheiro, do que as circunstâncias, do que os fracassos, do que os sucessos, do que aquilo que os outros possam fazer, dizer ou pensar. É mais importante do que a aparência, capacidade ou habilidades. Atitude é o que cria ou destrói uma empresa, uma igreja, um lar.


"O incrível é que todos os dias podemos escolher a atitude que vamos adotar naquele dia. Não podemos alterar nosso passado. Não podemos mudar o fato de que as pessoas irão agir de uma certa maneira. Não podemos mudar o inevitável. A única coisa que podemos fazer é tocar com a única corda que temos, e esta é nossa atitude... Estou convencido de que a vida é 10% o que acontece comigo e 90% como eu reajo a isso."

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