03/01/2009

Linha direta com Deus

Os novos papai e mamãe que Deus preparava para mim estavam morrendo de medo da decisão que haviam tomado. É natural. Às vezes uma criança nasce com alguma deficiência, e isso pode trazer muita frustração aos pais. Eles já tinham dois filhos saudáveis, um menino com quatro anos e uma menina com seis.

Agora pretendiam entrar no mundo das famílias dos portadores de deficiência - um mundo que não é horrível ou impossível de se viver como a maioria pensa - e adotar uma criança assim. A dita sabedoria popular teria dito que "isso era procurar sarna pra se coçar"!

E foi exatamente por esta razão que nem quiseram arriscar. Não falaram de seus planos para ninguém. Nem para parentes, nem para amigos, nem para os irmãos de fé com os quais costumavam se reunir em um apartamento para ler a Bíblia, orar e louvar a Deus. Só contaram para o próprio, para Deus.

E por dois meses aquela pequena gangue de quatro cúmplices - dois dos quais eram crianças demais para entender - traçaram aquele plano louco pediram que Deus mostrasse se aquele era também um plano dEle ou apenas mais uma aventura inconseqüente do casal. Cá entre nós, acho que Deus ouviu as orações das crianças. Geralmente elas tem mais fé do que os adultos...

Dois meses podem parecer dois séculos quando algo que você deseja fazer fica ali, trancado no coração e protegido com a capa do segredo. O normal seria conversar com pessoas amigas, pedir opiniões, trocar idéias. Acho que o medo que eles tinham de adotar alguém era do mesmo tamanho do medo de serem convencidos de que fariam uma loucura. Pode ser.

Enquanto isso acontecia com aquela jovem família num pequeno apartamento na grande cidade de São Paulo, Deus decidia usar outras pessoas para resolver meu problema. Um açougueiro e Maria, sua freguesa.

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